"Please don't think of us as an 'indie band' as it was never meant to be a genre, and anyway we are far too outward looking for that sad tag." - Stephen Pastel

terça-feira, 28 de julho de 2009

Lost in the woods











Por motivo de férias da gerência, o tasco estará encerrado nas próximas três semanas. Na bagagem, entre outros, segue o novo disco dos norte-americanos Woods, uma recomendação do camarada Pedro, um rapaz que posta pouco mas sempre bem. Songs Of Shame é já o quarto álbum deste colectivo, e é também um portento lo-fi com arremedos de folk esquizóide. Numa descrição algo simplista, diria tratar-se do resultado de um hipotético encontro entre Neil Young e os Galaxie 500 em delírio induzido pela ingestão de ácidos. Dos onze temas, destaca-se uma belíssima versão de "Military Madness", hino anti-belicista da autoria de Graham Nash.
E agora, resta-me desejar ao vasto auditório umas excelentes férias, ou a continuação de um bom trabalho. Qualquer que seja o caso, que seja na companhia de boa música. Hasta!

http://www.myspace.com/woodsfamilyband

domingo, 26 de julho de 2009

Bravo, Capitão!



















Martin Carr, compositor de reconhecidos méritos enquanto líder dos Boo Radleys, acaba de lançar o primeiro álbum em nome próprio. Ye Gods (And Little Fishes) sucede a uma mão cheia de edições sob o moniker bravecaptain, nas quais desenvolveu algumas experiências de cariz electrónico. Já o novo disco, é o regresso ao classicismo pop do período áureo dos Boos, embora com menos pompa e mais intimismo. Por outras palavras, Carr continuar a honrar o valioso legado de Brian Wilson, mas também da dupla Lennon & McCartney, ou não fosse ele um orgulhoso habitante de Liverpool. Alheio aos ditames da moda, teme-se que este seja mais um excelente disco a passar completamente ao lado das atenções do público. É pena...

http://www.myspace.com/martincarrmusic

sábado, 25 de julho de 2009

Good cover versions #23













SIOUXSIE & THE BANSHEES "Dear Prudence" [Polydor, 1983]
[Original: The Beatles (1968)]

Aquando do "retiro espiritual" dos fab four na Índia, John Lennon escreveu "Dear Prudence" dirigida a Prudence Farrow (irmã da actriz Mia), na altura a passar um mau momento. O tema viria ser um dos pontos altos do alinhamento do magistral "álbum branco".
Privados de guitarrista, depois do despedimento de John McGeoch, e com concertos agendados, os Banshees requisitaram os serviços temporários do amigo Robert Smith. Na despedida, para se concentrar de novo nos seus The Cure, o próprio Smith sugeriu que gravassem um single que serviria de documento desta breve passagem. Em sinal da devoção dos Banshees pela música dos Beatles, a escolha recaiu precisamente sobre uma versão de "Dear Prudence". Apesar do peso da responsabilidade, os Banshees não se inibiram, e criaram um dos seus momentos de maior tempero pop. Tão bom que se tornaria o maior hit de toda a carreira. Não deixa de ser irónico que, mais de 25 anos volvidos, ainda há muita boa gente presa às tendências "cinzentonas" de oitentas, gente normalmente avessa à música dos quatro de Liverpool (são muito comerciais, dizem), que desconhece a autoria do original.


quarta-feira, 22 de julho de 2009

O espelho partido










Os californianos The Warlocks, liderados por Bobby Hecksher, outrora integrante desse combo maldito que dá pelo nome de The Brian Jonestown Massacre, estão de volta com aquele que é o seu quinto álbum de originais. Nos oito temas que compõem The Mirror Explodes, o septeto investe em mil e um sons refractados e numa dose generosa de fuzz para criar um disco envolvente e indutor de estados próximos do transe. Talvez por isso, não tenho conseguido parar de o ouvir nos últimos dias. O resultado pode ser comparável ao efeito anestésico dos Spacemen 3 em fim de carreira ou dos Spiritualized dos primórdios. Em baixo, apresenta-se a primeira etapa da "viagem".


"Red Camera" [Tee Pee, 2009]

terça-feira, 21 de julho de 2009

Discos pe(r)didos #28



















HÜSKER DÜ
Metal Circus [SST, 1983]

Nascidos em berço hardcore, os Hüsker Dü cedo manifestaram alguma insatisfação com limitações do género. Nas edições em catadupa que marcaram os primeiros anos de vida do trio de Minneapolis, era notório um progressivo afastamento das temáticas politizadas nas canções de Bob Mould e Grant Hart, os dois compositores-vocalistas de serviço. Em sentido contrário, as questões pessoais e emocionais iam ganhando terreno. O ponto de ruptura definitiva deu-se com Metal Circus, um EP de sete temas originalmente previsto como um álbum (ou mini-álbum) de onze. A intenção inicial foi sabotada por um pequeno insólito: por falta de pagamento da conta da electricidade, a companhia cortou a corrente no estúdio em que os hüskers gravavam. Eram difíceis aqueles tempos...
Nos iniciais e quase-siameses "Real World" e "Deadly Skies" (e nos restantes temas saídos da pena de Mould) ainda está bem patente a velocidade vertiginosa característica dos primórdios. Porém, por entre a muralha de ruído, vislumbra-se um sentido melódico inaudito. No primeiro, Mould, num dos vocais mais furiosos que se lhe conhecem, é contundente para com os fiéis à ortodoxia hardcore: "You want to change the world / By breaking rules and laws / People don't do things like that / In the real world at all". Escrito e interpretado por Hart, "It's Not Funny Anymore" ataca novamente o género "proscrito". Aqui, a paixão pela pop dos Byrds e dos Beatles é assumida sem preconceitos. Seguindo numa linha contígua, "Diane" é o relato do ponto de vista do criminoso de um trágico caso real: a violação e homicídio de uma empregada de mesa local. Na distorção cortante da guitarra, uma certa banda de Seattle, cujo nome começa por N, encontraria a sua génese. Por coincidência, ou talvez não, a frieza da temática de "Diane" é semelhante à de um tema chamado "Polly", certamente vosso conhecido... Já o derradeiro "Out On A Limb" terá sido ouvido vezes sem conta por Charles Thompson e Joey Santiago, dois putos de Boston. A partir dos riffs esquizofrénicos, a dupla desenvolveu a essência de uma lenda chamada Pixies...
Embora padecendo ainda uma produção deficiente derivada da escassez de meios, Metal Circus acaba por ser o passo corajoso e necessário antes da concepção do duplo Zen Arcade (1984), obra incontornável não só da década de 1980, como de toda a música dita alternativa.


"Real World"

Ao vivo #39















Telepathe + Aquaparque @ Galeria Zé dos Bois, 18/07/2009

A ressaca de um longo jejum de concertos fez-me deslocar, no passado sábado, ao aquário da ZdB, sala onde nesta altura do ano as temperaturas rondam o limite do suportável. Coube a sorte às Telepathe, uma dupla de meninas que, não obstante alguma ingenuidade e inexperiência, consegue ser das coisinhas mais toleráveis com proveniência na hiperbolizada "cena" de Brooklyn. Em palco, e logo ao primeiro tema, constata-se alguma desafinação nas vozes, defeito que foi progressivamente debelado. Livres de adornos, directos, e simples nos processos (electrónicos), cada tema parece ser mais atractivo do que em disco. Aí, as atmosferas saturadas - truque já previsível das produções de David Sitek - fazem de Dance Mother um aglomerado de faixas quase indistintas. Tenrinhas mas com algum potencial, é a conclusão final.

Devido a um lamentável atraso, perdi uma boa parte da actuação dos Aquaparque, uma das bandas mais excitantes da produção nacional recente. No pouco que vi e ouvi, foi possível discernir as memórias de alguns dos projectos nacionais mais aventureiros da década de 1980 - GNR, Pop Dell' Arte, Ocaso Épico - diluídas em abastraccionismos deveras intrigantes. Torna-se obrigatório seguir as cenas dos próximos capítulos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

As novas engenharias










Quatro anos volvidos desde a estreia homónima, os Engineers estão de regresso com Three Fact Fader, acabadinho de editar. Para os mais esquecidos, lembro que esta banda de Leeds, entretanto reduzida a trio, foi pioneira na recuperação das sonoridades shoegazing, algum tempo antes de os exemplares do género surgirem como cogumelos do outro lado do Atlântico. Com maior presença da componente electrónica, o novo disco elimina qualquer traço post-rock do seu antecessor. Ao invés, surge na sonoridade dos Engineers uma certa propensão para o kraut e, sobretudo, uma aproximação aos nu-gazers escandinavos. Este é o primeiro single:



"Clean Coloured Wire" [Kscope, 2009]

quarta-feira, 15 de julho de 2009

10 anos é muito tempo #15



















HEFNER
The Fidelity Wars [Too Pure, 1999]

No activo durante escassa meia dúzia de anos, os Hefner cultivaram a observação atenta do quotidiano dos Smiths e a sinceridade crua dos Wedding Present, características que fizeram deste colectivo britânico uma das paixões dos últimos anos de vida do histórico John Peel, antes do inesperado desaparecimento em 2004. À falta de melhor designação, Darren Hayman, o autor destas minuciosas crónicas de costumes, descreveu a música dos Hefner como urban folk.
Dos dois pares de álbuns - e um número infindável de singles - que deixaram gravados, The Fidelity Wars é o segundo e, porventura, o mais conseguido nos seus intentos. No plano instrumental, as omnipresentes melodias das são enriquecidas com arranjos de cordas, sopros e pianos, sem que o todo resvale para a pop de câmara soporífera. Mas, o grande trunfo de The Fidelity Wars reside nas letras acutilantes de Hayman: todos os onze temas abordam relações amorosas desfeitas quase antes de começarem, muito por culpa da obsessão paranóica do protagonista masculino com o confronto fidelidade-infidelidade. Não fossem uma certa mordacidade e muita ironia amarga, e seriam chocantes os detalhes da vida íntima revelados por Hayman. "The Hymn For The Cigarettes" é no mínimo hilariante ao associar as diferentes marcas de cigarros a diferentes aventuras passadas. No campo dos hábitos politicamente incorrectos, o álcool tem também o seu hino. Já em "Fat Kelly's Teeth" lembra-se o quanto a ingestão de líquidos alcoólicos pode toldar a vista, ao ponto de se vislumbrar a beleza onde ela está ausente. A ex-Raincoats Gina Birch dá um ar da sua graça em "Don't Flake Out On Me", um dueto onde se propõe um rompimento amistoso.


"The Hymn For The Cigarettes"


"I Took Her Love For Granted"


"Don't Flake Out On Me"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mixtape #1: The Warmth Of The Sun


Agora que o Verão parece ter vindo para ficar, o April Skies orgulha-se de oferecer a todos os sócios e simpatizantes a sua primeira mixtape: nada mais, nada menos que a banda sonora para toda a vossa época estival. Ou, na pior das hipóteses, de uma boa parte dela. No tempo restante, podem usufruir da mixtape do camarada Eduardo, um rapaz já com largo historial nesta matéria. Ao todo, são vinte temas criteriosamente seleccionados, alguns relativamente recentes, muitos outros nem por isso. Na selecção, imperam a leveza e o espírito juvenil, pois este período não se propicia a grandes responsabilidades ou pensamentos demasiado profundos. A seguir ao alinhamento, indica-se a "morada" desta autêntica receita pop gourmet. É clicar, minha gente!

  1. The Posies "Definite Door" (1993)
  2. The Apples in Stereo "Shine A Light" (1997)
  3. Lush "For Love" (1992)
  4. Velocity Girl "My Forgotten Favorite" (1992)
  5. Liechtenstein "Roses In The Park" (2009)
  6. The Pastels "I'm Alright With You" (1987)
  7. Those Dancing Days "Run Run" (2008)
  8. Camera Obscura "French Navy" (2009)
  9. Comet Gain "If I Had A Soul" (1998)
  10. The Manhattan Love Suicides "You'll Never Get That Guy" (2007)
  11. Beachwood Sparks "Confusion Is Nothing New" (2001)
  12. Belly "Gepetto" (1993)
  13. The Pains of Being Pure at Heart "Everything With You" (2009)
  14. Teenage Fanclub "Star Sign" (1991)
  15. My Sad Captains "A Change Of Scenery" (2009)
  16. God Help The Girl "Come Monday Night" (2009)
  17. Biff Bang Pow! "There Must Be A Better Life" (1984)
  18. Women "Black Rice" (2008)
  19. The Replacements "Bastards Of Young" (1985)
  20. Aztec Camera "We Could Send Letters" (1983)

http://www.mediafire.com/?cy9g4yqmp0n


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Histórias do incrível e do bizarro

Pergunto-me quem serão os iluminados responsáveis pela catalogação dos discos à venda naquela cadeia de lojas que adoptou o amarelo torrado como cor oficial. Vem isto a propósito de um dos actuais destaques da secção pomposamente designada Dança / Novas Tendências (é aquela onde se encontram todos os espécimes da música papel-de-parede) ser Fed, a recente reedição do opus de 2002 de Plush, o projecto pessoal de um rapaz que muito esporadicamente nos brinda com discos nunca menos que óptimos. O seu nome é Liam Hayes e soa mais ou menos assim:


Plush "Take A Chance" [download, 2008]

Pelo andar da "dança", não me espantaria que, em breve, se ouvisse Neutral Milk Hotel no Queens, Sparklehorse no Blues Café, Smog no Loft, e Will Oldham no Lux...


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Duetos #15















Há coisa de 20 anos, este tema era presença assídua no Sete Mares, um programa dos fins de tarde da Antena 1 (a Antena 3 era ainda uma miragem) muito dado às sonoridades mais outonais. Podem encontrá-lo em Mind Bomb, o primeiro álbum dos The The com Johnny Marr na formação, e aquele que os catapultou para audiências mais alargadas. Nas vozes, para além de Matt Johnson, único membro comum a todos os line ups dos The The, surgia também Sinéad O'Connor, uma "descoberta" recente de The Edge, guitarrista dos U2. À data uma semi-desconhecida, já se pressentia que aquela voz estava talhada para altos voos. E voaria bem alto, até que um acto irreflectido, mas corajoso para alguém que vem de um país onde a Igreja Católica tem ainda um efeito profundamente repressor, a tornaria proscrita em certos meios. São estas, ainda hoje, as regras do establishment do mundo do espectáculo...


The The w/ Sinéad O'Connor "Kigdom Of Rain" [Some Bizarre, 1989]

quarta-feira, 8 de julho de 2009

20 anos de música "merginal"











Fundada por Mac McCaughan e Laura Ballance, respectivamente vocalista/guitarrista e baixista dos Superchunk, com o intuito de lançar os discos da sua banda, a Merge Records leva já 20 anos de história. Desviada do plano inicial, nestas duas décadas a editora sedeada na Carolina do Norte foi responsável por discos marcantes de bandas como Neutral Milk Hotel, Arcade Fire, Lambchop, The Trail of Dead, Polvo, The Clientele e, claro, Superchunk. Para assinalar a efeméride, os últimos meses têm conhecido uma série de edições comemorativas, todas elas com fins beneméritos.
Score! - 20 Years Of Merge Records consiste numa colecção de 14 CDs que fazem o resumo destes últimos 20 anos de edições, com a particularidade de o alinhamento ter sido escolhido por um curador diferente. Georgia Hubley (Yo La Tengo), David Byrne, Peter Buck (R.E.M.), e realizadora Miranda July estiveram entre os "jurados". Sujeita a subscrição entretanto encerrada, a boxset tinha um preço proibitivo nestes tempos de crise.
Mais em conta para o consumidor é Score!... - The Covers, como o próprio título indica, uma compilação de temas originalmente lançados pela Merge. Ao todo, são 20 versões interpretadas por uma série de convidados externos à editora. Da lista fazem parte, entre outros, Les Savy Fav, The New Pornographers, The National, Bright Eyes, Okkervil River, Ryan Adams, The Shins, The Apples in Stereo, e Broken Social Scene. Dos temas escolhidos, os Superchunk são obviamente os mais representados com um total de quatro. Caso estejam interessados, convém que se apressem, pois a edição é limitada a 7000 exemplares. De entre as duas dezenas de versões, não resisto a exibir a transformação radical levada a cabo pelos noiseniks Times New Viking de um original de um certo colectivo canadiano, até há bem pouco tempo visto como a melhor banda de todos os tempos. Ainda se lembram deles, suponho.


terça-feira, 7 de julho de 2009

The Wrestlers
















Num tempo em que as novas bandas optam, quase invariavelmente, por ser pomposas, esquizóides, ou dançáveis-descartáveis, é de louvar a atitude de um grupo de miúdos mal entrados na casa dos vintes que ousa explorar o lado provocador de Mark E. Smith, a veia arty dos Wire, e o elemento pop-punk dos Buzzcocks. Fala-vos dos Let's Wrestle (o nome provém de um tema dos subversivos Joan of Arc, para quem não sabe), uma banda desde há muito acarinhada aqui no April Skies que, com In The Court Of Wrestling Lets, desde a semana passada disponível nas lojas com selo da Stolen Recordings, chega finalmente aos discos em formato longo. Nos dezasseis temas curtos e directos, não faltam as tiradas jocosas que têm como destinatários muitos figurões do showbiz e não só. Johnny Borrell, vocalista dos Razorlight, e a Princesa Diana são apenas dois dos visados. Segue uma amostra:


"We Are The Men You'll Grow To Love Soon"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Octopus vulgaris
















Hoje praticamente esquecidos, os Polvo foram, na década passada, uma das principais referências dos espectros noise e math rock vindo do outro lado do Atlântico. Liderados pelos guitarristas/vocalistas Dave Brylawski e Ash Bowie (também guitarrista nos saudosos Helium), deixaram gravados quatro álbuns marcados pela dissonância contundente e o surrealismo das letras. Inactivos durante uma década, reactivaram actividade no ano passado para um par de concertos nos dois principais festivais "alternativos" europeus da actualidade: All Tomorrow's Parties e Primavera Sound. Entusiasmados com a experiência, re-assinaram pela Merge Records, editora responsável pela edição dos primeiros discos. Deste reatamento, o primeiro fruto é In Prism, primeiro álbum em doze anos com lançamento previsto para inícios de Setembro. "Beggar's Bowl", tema divulgado e desde há algum tempo audível aqui, augura um regresso em grande.

sábado, 4 de julho de 2009

Good cover versions #22













BECK "Sunday Morning" (edição de autor, 2009)
[Original: The Velvet Underground (1967)]

Beck, o wunderkind que parecia imparável nos idos de noventa, tem vindo a perder o fulgor e a relevância nesta primeira década do novo século. Pelo menos, em termos mediáticos. Aliviado das pressões do estrelato, o rapaz volta a apostar na concepção de discos de baixo orçamento, em paralelo com a sua obra mais visível. Tal e qual como nos peimeiros tempos, portanto. A louvável iniciativa Record Club, em que é acompanhado por uma série de amigos, consiste na recrição integral, em apenas 24 horas, de discos clássicos. A primeira escolha, deveras arriscada, recaiu precisamente sobre o colosso The Velvet Underground And Nico, o primeiro disco da banda "protegida" de Andy Warhol. Dos vários temas já divulgados, a minha preferência vai para "Sunday Morning", até ver, a melhor canção de sempre para... uma manhã de domingo! Sem desrespeitar o espírito do original, como podem comprovar mais abaixo, Beck recupera aqui a toada melancólica do sublime e, inexplicavelmente, menosprezado Sea Change (2002). A curiosidade para ouvir a versão de "European Son" é muita...


quinta-feira, 2 de julho de 2009

A mais velha profissão do mundo

















Lembram-se dos Twilight Sad, aquele combo de Glasgow que, há coisa de dois anos, nos maravilhou com um conjunto de canções hiper-dramáticas entoadas com cerrado sotaque escocês? Chamava-se Fourteen Autumns & Fifteen Winters, esse maravilhoso disco da revelação. Depois disso, esta mesma rapaziada veio provar que também tinha sentido de humor, com uma capa a "parodiar" a de Goo, o clássico dos Sonic Youth. Tudo isto, apenas para vos dizer que os Twilight Sad regressam brevemente aos discos em formato grande, com a edição de Forget The Night Ahead, a 21 de Setembro. Antes disso, a 3 de Agosto, aqueles que diziam que um certo Verão, em casa, se tinham tornado invisíveis, esclarecem agora que, afinal, são umas reles meretrizes. "I Became A Prostitute" e outros avanços estão disponíveis para audição aqui.